É preciso ter atenção na hora de escolher um antivírus gratuito. Não que os sistemas sejam piores do que as versões pagas. Eles só têm menos recursos. O problema é que a popularidade desse tipo de oferta acabou virando isca de criminosos digitais para roubar dados bancários dos internautas.

As quadrilhas têm se especializado no desenvolvimento de sistemas antivírus falsos que são oferecidos gratuitamente pela internet. Depois de instalado, o sistema simula uma varredura no computador em busca de ameaças. O resultado, na maioria das vezes, é alarmante. Centenas de arquivos infectados e um grau de exposição extremo a problemas.

Para fazer o trabalho de limpeza do equipamento, no entanto, o antivírus falso solicita o pagamento de taxas que costumam variar entre US$ 49,95 e US$ 79,95.

Amedrontado, o usuário fornece os dados de seu cartão de crédito em busca de proteção. O que ele consegue, na verdade, é uma dor de cabeça maior. Os dados são enviados de volta para os criminosos e, na maioria dos casos, acabam sendo negociados em fóruns de discussão do submundo da internet. O golpe rende uma média de US$ 34 milhões por mês às quadrilhas, segundo levantamento da empresa de segurança Panda.

Contexto

Os sistemas gratuitos de antivírus começaram a ganhar mercado no início do década passada. Grandes empresas de segurança, como Symantec e McAfee passaram a ser criticadas pelos consumidores por conta de programas pesados, que atrapalhavam o desempenho do computador. Nesse contexto, pequenas companhias apareceram. A mais conhecida delas é a AVG, da República Tcheca, que foi a precursora do modelo gratuito. A Avira, da Alemanha, também apostou no modelo grátis.

Na esteira do sucesso dessas pequenas empresas, mas sem adotar o modelo gratuito, emergiram companhias como a russa Kaspersky e a romena BitDefender. Da Inglaterra veio a Sophos - que atraiu interesse do fundo de investimento Apax, o mesmo que comprou a brasileira Tivit, de serviços de tecnologia da informação (TI). Na Espanha, a empresa que surgiu nessa onda foi a Panda.

O mercado mundial de antivírus está concentrado nas mãos de três fornecedores: Symantec (42%), McAfee (10%) e Trend Micro (7%). O restante está dividido pelas outras companhias, segundo a consultoria Frost & Sullivan. Com o mercado de segurança crescendo acima de 10% ao ano, a expectativa é de que as companhias de menor porte tornem-se alvo de aquisições.
Fonte: Valor Econômico