Mudar nossos hábitos e a maneira como enxergamos o mundo e a nós mesmos é o primeiro passo para ter um guarda-roupa compacto, com peças versáteis, de qualidade, que durem por muito tempo e consigam nos deixar felizes e satisfeitos.

Um bom começo é pensar nas vantagens desse armário inteligente: mais economia e praticidade no dia a dia, menos impacto ao meio ambiente e até um estilo próprio de se vestir.

"Existe hoje uma grande personalização. E, porque somos multifacetados, a moda funciona como um exercício de tentar ser outra pessoa, reinventar- ser diferente a cada dia", afirma Denise Pollini, professora e pesquisadora de história da moda da Escola São Paulo e da Panamericana.

Esse desejo de vestir algo que expresse exatamente nosso estado de espírito momentâneo traz consigo duas consequências: a necessidade de adquirir os últimos lançamentos a todo custo e uma frequente insatisfação diante de nosso guarda-roupa.

"É preciso entender que quantidade não é qualidade. Não vale a pena comprar uma roupa só porque está nas vitrines se ela não lhe cai bem", diz Lia Spínola, estilista e presidente da Ecotece, entidade criada para promover conceitos e práticas de uma moda sustentável.

Mas como aprender a lidar com tudo isso? Para Denise Pollini, a base é conhecer a si mesmo, algo que não está ligado à moda. "Gosto de uma frase do filósofo grego Epiteto, que viveu durante o século 1 a.C., que diz: 'Primeiro saiba quem você é, depois enfeite-se de acordo'." A ideia aqui é tirar proveito do ato de se vestir para valorizar nossa identidade e beleza mais essenciais.

Fazer escolhas a partir de cores é outra estratégia para enxugar as gavetas e facilitar as combinações. Tatiana Putti, coordenadora da área de Moda do Senac-SP, destaca alguns itens essenciais ao guarda-roupa, como a camisa branca, a calça jeans de corte reto e lavagem neutra, calça social e vestido para os eventos mais formais.

Para ter menos itens no armário é preciso pensar ainda na qualidade e durabilidade das peças. "Vale a pena investir em algo que veste bem e você irá usar por muito tempo, mesmo que custe um pouco mais", defende Lia Spínola. Evitar roupas do chamado "fast fashion" - peças da estação, que imitam os modelos das passarelas -, nesse sentido, é preferível por terem menos qualidade.

Quando a vestimenta parece barata demais, antes de entrar na loja com um sorriso no rosto, lembre-se de que preço baixo pode esconder ainda descuidos com questões relacionadas àresponsabilidade socioambiental do fabricante.

Em geral, empresas que optam por tecidos e tingimentos mais naturais ou menos poluidores, por exemplo, não conseguem cobrar o mesmo que outras que não têm esses diferenciais. Pensar nisso tudo faz parte de um olhar mais ético e consciente a respeito da moda.





Fonte; http://mdemulher.abril.com.br/moda/reportagem/ta-na-moda/aposte-roupa-essencial-ganhe-guarda-roupa-compacto-637417.shtml