Quantas vezes por ano você consome energético? Uma pesquisa realizada pela Universidade de Maryland (EUA) constatou que a resposta para esta pergunta está associada ao risco de dependência do álcool.

Para chegar à conclusão, os pesquisadores norte-americanos acompanharam 975 adultos jovens, que dividiram em três grupos. O primeiro não consumia energético. A segunda turma tinha o hábito de consumir a bebida entre1 a51 vezes por ano. E o terceiro grupo relatou consumir mais de 52 vezes anuais, o que foi classificado pelos pesquisadores como uso frequente (esta parcela somou 10% da amostra).

Foram aplicados questionários comportamentais – que avaliam o risco do uso nocivo de bebidas alcoólicas em todos os participantes. A conclusão do estudo foi que entre os bebedores frequentes de energético a probabilidade de desenvolver dependência de álcool foi 2,4 vezes superior quando comparada aos outros grupos.

Os autores reconhecem que o consumo de energético quase sempre é associado ao álcool e por isso os usuários frequentes acabam também bebendo mais, um dos fatores para o desenvolvimento do vício. Mas os médicos chamam a atenção que a composição do líquido energético também pode acelerar a vulnerabilidade do organismo e torná-lo mais abusador de álcool.

Isso porque a cafeína existente nos energéticos aumenta a euforia causada pela bebida e reduz a sensação subjetiva de embriaguez, fazendo a pessoa sentir que está “menos alcoolizada” do que verdadeiramente está.

Em comunicado feito pelo Centro de Estudo sobre o Álcool do Brasil (Cisa) “essa falsa percepção expõe os indivíduos a mais riscos à própria saúde e à sociedade, pois o indivíduo pode beber mais do que pretendia, ou dirigir após beber”, informou a unidade.

No Brasil, de acordo com o levantamento nacional sobre uso de álcool entre os universitários – de instituições públicas e privadas – foi constatado que 74% dos entrevistados já relataram consumir álcool com energético. Essa pesquisa foi feita pela Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Secretaria Nacional de Política Antidrogas, do governo federal.