Tomei ciência de uma pesquisa realizada com 3000 pessoas que tiveram que responder a uma única pergunta: "Qual a finalidade da vida?". O resultado foi incrível, pois 2830 entrevistados responderam da mesma maneira. Eles afirmaram que simplesmente suportavam o presente, enquanto aguardavam o futuro. Na verdade, eles esperavam que as coisas acontecessem: que os filhos crescessem, que chegasse o ano seguinte, que alguém morresse, enfim, esperavam pelo amanhã, ao invés de colocar ação no momento presente. É curioso que as pessoas ajam desse modo, uma vez que a única coisa óbvia que possuímos no momento, é o presente, e ele está sendo desperdiçado pela falta de ação. Preste atenção na seguinte estorinha:

Havia um papagaio triste que ficava preso em uma gaiola, no meio do quintal, enquanto outros pássaros voavam livremente em volta dele. Certo dia um bem-te-vi percebeu a tristeza do papagaio e falou para as outras aves: "Coitado do papagaio. Temos que fazer alguma coisa para libertá-lo dessa gaiola". Todos começaram a dar palpites, momento em que o dono do papagaio chegou para levar a gaiola do tronco da árvore para dentro de casa. Os pássaros resolveram então que, na manhã seguinte, abririam a porta da gaiola. Logo que o dia raiou, o homem chegou, pendurou a gaiola na árvore, colocou um pouco de água e comida e foi trabalhar. Rapidamente, chegaram todos os passarinhos, tentando abrir a gaiola com o bico, até que conseguiram. Quando a portinhola se abriu a cotovia anunciou: "A porta esta aberta papagaio. Você está livre. Pode sair da gaiola". O papagaio olhava para a porta e não se mexia. Outros pássaros pousaram junto à porta e reforçaram o convite: "A porta esta aberta papagaio. Você está livre. Pode sair da gaiola". Mas o papagaio apenas continuava olhando, sem se mexer, até que começou repetir: "A porta esta aberta, papagaio. Pode sair da gaiola. Você está livre".

Há muitas pessoas que se comportam como esse papagaio: vivem se lamentando, se queixando da vida, mas no fundo, são pessoas "apaixonadas" por seus problemas. E quando surgem oportunidades de se libertar, ficam repetindo fórmulas e frases prontas sobre a liberdade, sem tomar nenhuma providência concreta. Tomas S. Kepler, especialista em desenvolvimento humano afirma que 92% de nossas preocupações são tolas e jamais vão acontecer. Analise os dados de sua pesquisa: 40% de nossas preocupações são sobre coisas que ainda não aconteceram e que provavelmente nunca acontecerão. 30% são sobre o que dizem de nós. 12 % são sobre velhas decisões já tomadas. 10% são sobre nossa saúde. Ficou claro que 92% de nossas preocupações são bobagens criadas pela nossa mente para nos manter estáticos, paralisados e inertes frente à vida.

Na Inglaterra um bispo anglicano, já idoso, momentos antes de morrer ditou o seguinte texto para ser escrito em seu túmulo: "Em minha juventude, eu não tinha limites para a imaginação e sonhava mudar o mundo. Ao amadurecer e tornar-me mais sábio, vi que o mundo não iria mudar, então resolvi mudar meus pais. Mas o país também se mostrava difícil de mudar. Na velhice, quis mudar minha família, mas eles não deram atenção e disseram que eu sempre pratiquei aqueles erros que apontava neles. Enfim, no leito de morte, percebi que poderia ter começado mudando a mim mesmo e corrigindo meus próprios erros, então meu exemplo talvez transformasse minha família; isso poderia contagiar a vizinhança, e assim melhorar o bairro, a cidade, o país ... e o mundo".

Será que essa narrativa não tem muito a ver com nossas vidas? Na maior parte das vezes, a realidade não é o que é, mas o que decidimos que ela é. Primeiro tiramos nossas conclusões, então, procuramos um meio de chegar até elas.

Havia um inexperiente lenhador que desperdiçava energia cortando lenha com um machado cego. Indagado o motivo pelo qual não amolava o instrumento ele disse: "Não tenho tempo de amolar o machado pois tenho muita lenha para cortar".

Prezado amigo leitor, será que não estamos necessitando amolar o machado, rever alguns posicionamentos, ideias, formas de pensar, atitudes... Não existe outro mundo além deste que vivemos. Mas há duas maneiras de encará-lo. Depende de você.

Um jovem cego de nascença apaixonou-se por uma garota. Tudo ia bem até que um amigo lhe disse que a garota não era bonita. Imediatamente ele perdeu o interesse por ela. Que pena. Ele a "vira" muito bem. O amigo dele é que era cego . Não há maior alegria do que não ter razão para tristeza. Não há maior riqueza do que estar satisfeito com o que se tem.

O filósofo Sócrates acreditava que a pessoa sabia instintivamente levaria uma vida simples, sem grandes luxos. Ele próprio nem mesmo usava sapatos; contudo, constantemente sentia-se atraído pelo mercado, onde ia com frequência, olhar as mercadorias expostas. Quando um de seus amigos perguntou por que fazia isso, Sócrates respondeu: "Adoro ir até lá e descobrir que sou perfeitamente feliz sem todo aquele amontoado de coisas".

E aí amigo leitor, você esta preparado para sair da gaiola e voar? Qual será o primeiro passo?