Se eu fosse a dona desta casa, convidaria a entrar e tomar um café. A conversa, certamente, pode ser longa. Contudo, não tenho autoridade para tal convite. Isso está fora do meu alcance. Sou tão refém do sistema que tudo rege quanto às mulheres que em mim vivem. Eu, a própria prisão. E elas, minhas hóspedes. Prazer! Chamo-me Auri. Gosto quando dizem que eu sou a anfitriã. Estou aqui para convidá-lo a ler uma história. Na verdade, um cruzamento ininterrupto de histórias. Elas não são minhas, mas de minhas protegidas. Esqueça a má fama construída por meus antepassados. Quero que conheça meu labirinto através do que tenho a contar. Venho oferecer as memórias revividas por Maribel, Jéssica, Cinara e Patrícia, mulheres que, ao desvendarem os enigmas do passado, foram intensamente tocadas pelo cárcere. Entre, mas não sente. Vamos passear pelas vidas das pessoas que dão sentido a minha existência.
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