O professor Graham Welch, especialista em Educação Musical da Universidade de Londres e pesquisador, diz que o canto ativa o corpo e a mente.
"Há um entrelaçamento dos sistemas nervoso, endócrino e imunológico", diz ele.
O sistema nervoso é responsável pelo ato de cantar. Há também um envolvimento emocional com o som humano, desenvolvido na fase fetal, e um diálogo da pessoa com seu corpo, seu sistema respiratório e os espaços que oferecerá para essa voz soar.
"Cantar não é só da boca para fora. Todo instrumento tem espaço interno e externo de ressonância, inclusive o corpo. A voz preenche o corpo, a melodia e a letra que escolhemos", diz a fonoaudióloga Mônica Montenegro, professora da USP.
A neurologista Paula Viana Wackermann, que desenvolveu pesquisa pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto com cantores líricos, diz que a atividade induz a um estado de prazer.
O nível de cortisol (hormônio do estresse) fica reduzido, não importando se a pessoa é afinada ou não.
"A sensação de bem-estar é aumentada pelo efeito sociopsicológico de fazer música como parte de um grupo", completa Welch.
Mesmo quem canta sozinho, acompanhando um CD ou iPod, sente esses benefícios. O sentido de se envolver em uma atividade compartilhada permanece.
"Cansei de chegar triste ao karaokê e sair de lá muito bem", diz Jane Tapxure, 62 anos, dona de um pet shop.
Com o fim do casamento de 30 anos, ela passou dois anos deprimida, chorando no sofá. Até que uma amiga a chamou para cantar.
Jane, que é fã de música italiana e Frank Sinatra, conta que voltou a sair de casa e a se arrumar. No karaokê, ela formou um grupo de amigos de idades variadas, que se encontra toda semana, comemora aniversários e faz festas temáticas, como Halloween e até do pijama.
"É uma farra. Lá você não é julgado por ninguém."
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