Rendo-me, mestre, hoje é teu dia!

Desde que vi meu primeiro caderno, a minha primeira borracha e o meu inesquecível lápis, tive como condutor a palavra amiga e o semblante lindo de minha primeira professora, dona Carmem: magra e com largo sorriso cativante.

Como toda criança quando sai do lar, o medo me acompanhou, pois enfrentei novas etapas de minha vida de iniciante. Entretanto, tive como mestra uma fada madrinha que fez do resto de todos os dias o meu gostar de tais personagens: os meus professores de todas minhas passagens escolares até chegar no meu limite, onde parei.

Sei que o mundo é ingrato, pelo menos em nossas plagas, com relação aos mestres, que dedicam suas vidas e ganham o parco salário que mais parece um bônus por não merecerem coisa melhor.

Todos os infames que estão lá em cima esquecem que, pra chegar onde estão, passaram por bancos escolares e tiveram o aval dos indignos professores. Ervas malditas que cercam todos nós.

Então, meus pobres e maravilhosos condutores da cultura, tenham o meu carinho que é pouco, mas tem o amor de todos que cultuam como eu a divina existência dos mestres e a arte de ensinar.

Autor: Paulo Kwamme